|
Câncer
e trabalho: é possível? |
Sim,
é possível! Hoje, já sabemos que com os
avanços da medicina, com a chegada das novas modalidades
de tratamento (terapias-alvo, quimioterapia oral etc.) e também
com todos os suportes multidisciplinares está sim, cada
vez mais possível, passar pelo diagnóstico de
um câncer sem grandes mudanças no dia a dia, o
que inclui continuar trabalhando e se sentindo produtiva. |
Mas
é claro que adaptações, negociações
e pedidos de ajuda serão necessários.
Com relação ao trabalho, pela lei, se você
for segurada pela previdência social, você pode
se afastar (e utilizar o beneficio do auxílio doença)
ou se aposentar (se realmente for o caso e aí você
utiliza o benefício da aposentadoria por invalidez).
Esses direitos estão detalhadamente descritos nos links
abaixo na seção especial de direitos do portal
do Instituto Oncoguia. Confira:
Auxílio doença
www.oncoguia.org.br/conteudo/auxilio-doenca/109/4/ |
|
Aposentadoria
por invalidez
www.oncoguia.org.br/conteudo/aposentadoria-por-invalidez/110/4/
Não
basta querer para utilizar os benefícios legais vinculados
aos pacientes com câncer. Existem critérios que
precisam ser preenchidos e o seu médico precisa lhe ajudar,
preparando um relatório bem completo e esclarecedor.
Ainda são necessários outros documentos que comprovem
a situação descrita.
Uma
outra opção é você sentar e conversar
com o seu chefe. Será que realmente interessa para ele
que você se afaste do emprego? Que tal propor algumas
pequenas adaptações durante o período do
tratamento?
Alguns exemplos:
Você
pode fazer quimio na quinta ou na sexta-feira pela tarde e na
segunda já retorna ao trabalho plenamente recuperada
após os efeitos colaterais.
Você pode fazer home office durante todo o tratamento
e vai ao escritório para reuniões pontuais e/ou
estratégicas.
Vocês podem revisar suas metas e até o
salário.
Existem muitas possibilidades que, com certeza, podem ser pensadas
e discutidas numa boa e transparente conversa.
Outro
ponto importante é com relação a contar
ou não que você está com câncer para
os colegas de trabalho. Essa resposta é mais pessoal
e vai depender muito da forma com que você se relaciona
com eles e também da decisão que você tomar
com seu chefe de continuar trabalhando ou não.
Algumas
dicas:
Lembre-se de que cada pessoa reage de uma forma: vai ter gente
que vai se afastar, vai ter gente que vai se aproximar e vai
ter gente que vai te dar um grande abraço!
Se optar por continuar trabalhando, será muito bom que
seus colegas compreendam o momento que você está
passando. Como todo mundo, você também terá
momentos de altos e baixos emocionais, mas efeitos colaterais
do tratamento vão aparecer e você precisa estar
preparada para isso.
Careca, lenço, chapéu ou peruca? Não importa
qual a sua escolha, vá em frente!
Aceite ajuda e conte sim com o apoio das pessoas.
Você já passou por essa situação?
Como resolveu?
Vamos falar sobre isso aqui?
Quer
saber mais sobre todos os direitos dos pacientes com câncer?
Clique:
www.oncoguia.org.br/direitos-dos-pacientes/
Blog Daqui pra Frente |
Câncer
de mama metastático: Você sabe o que é? |
 |
Do
ponto de vista científico:
Câncer de mama metastático ou recidivado: Após
a realização da cirurgia existe o risco de que
sobrem algumas células no local (recidiva local). Também
podem permanecer células malignas nos vasos linfáticos
e/ou nas veias, ocasionando uma recidiva regional ou à
distância. Quando ocorre recidiva a distância, os
focos de doença são chamados de metástases.
As
metástases podem potencialmente ocorrer em qualquer lugar
do corpo e, às vezes, em mais de um órgão.
Os órgãos mais comumente atingidos são
os ossos, fígado, pulmões, gânglios e cérebro.
|
E
do seu ponto de vista, o que é?
Resolvi falar um pouquinho sobre esse tema após realizar
recentemente um evento somente para pacientes que convivem com
um câncer de mama metastático. O evento foi fantástico
e muito especial, e pudemos também perceber algumas coisas
bem importantes:
1. Nem toda paciente sabe o que é metástase;
2. Nem toda paciente sabe que tem metástase.
Confesso
que fiquei bem assustada quando percebi isso. Afinal, como vocês
sabem, eu sou super a favor e defensora da informação
como uma excelente ferramenta de apoio no enfrentamento do câncer
que pode sim ajudar e muito. Sendo assim, me deparar com mulheres
que desconhecem seu real estágio da doença me
preocupa muito.
Sem conhecer seu real estágio da doença, como
ela conversará sobre tratamentos com seu médico,
sobre a melhor e mais nova opção para o seu caso?
Como questionará sobre efeitos colaterais e sobre próximos
passos para a sua vida como um todo?
Outro ponto que percebi conversando com mulheres enfrentando
um câncer metastático foi que algumas preferem
se afastar e negar esse momento, pois encaram como se estivessem
numa fase terminal da doença. E isso não é
verdade, certo? Viver bem com um câncer de mama metastático
ou avançado é sim uma realidade hoje e o foco
do tratamento pode continuar sendo a busca pela cura e/ou pela
estabilização da doença, o que permite
que a paciente leve sua vida normalmente, sempre dentro do possível,
claro! |
Por
que o exemplo de Angelina Jolie é importante? |
O
New York Times publicou artigo da atriz Angelina Jolie, onde
ela conta que se submeteu à mastectomia bilateral profilática,
criando um furor mundial na discussão desse procedimento.
Mas, afinal, esse é um tema importante? O Instituto Oncoguia
considera que SIM. |
Aproximadamente
10 a 15% das mulheres que desenvolvem câncer de mama têm
esse câncer como consequência de uma predisposição
genética hereditária. Isto quer dizer que elas
herdaram, do pai ou da mãe, um gene com mutação,
e esta mutação aumentou o risco de elas desenvolverem
o câncer de mama. Embora estes 10 a 15% possam parecer
pouco, para a mulher que de fato tem estas mutações
predisponentes ao câncer, a probabilidade de desenvolver
o câncer de mama ao longo da vida pode chegar a 85%. E
mais que isso, na dependência do tipo de mutação
presente, aumenta muito também o risco de desenvolver
câncer de ovário, risco este que pode chegar a
55% ao longo da vida dessas mulheres.
Angelina é portadora de uma dessas mutações,
no caso, do gene conhecido como BRCA1. |
|
Uma
mulher descobre que é portadora desta mutação
predisponente ao câncer através de um teste genético,
feito em amostra de sangue ou saliva. Mas a grande discussão
não começa pelo teste, e sim por quem deve fazer
o teste. Esse é o ponto chave. Saiba quem deve discutir
a possibilidade de ter uma predisposição genética
hereditária com seu médico. Ele é que determinará
a necessidade de realizar o teste genético. Isto porque
não são todas as pessoas com história familiar
que devem fazer o teste, elas devem primeiro passar por avaliação
médica antes de qualquer exame:
Mulheres
saudáveis que tenham uma história familiar de
câncer de mama, especialmente se ao diagnóstico
esses parentes eram jovens;
Mulheres com parente sabidamente portador de mutação
predisponente ao câncer;
Mulheres saudáveis que tenham história de parentes
com câncer de ovário ou de mama;
História de câncer de mama em homens na família.
Com base nessa história familiar, será feita uma
avaliação oncogenética, sendo que o teste
genético propriamente dito somente deve ser solicitado
após a orientação de que fazer no caso
de o teste ser positivo. Fazer um teste genético sem
ter as orientações prévias pode ser uma
receita de problemas, mais que de soluções. E
via de regra, o teste genético é feito primeiramente
no parente que já teve o câncer, e somente depois
nas pessoas saudáveis da família.
Mas
vamos lá, voltando ao caso de Angelina Jolie. Sabendo
que ela tinha o teste positivo para mutação de
BRCA1, e, portanto, um risco imenso de desenvolver tanto câncer
de mama (até 85% ao longo da vida) quanto câncer
de ovário (50% ao longo da vida), ela decidiu se adiantar
e fazer a prevenção. A prevenção
também poderia ser feita com:
Terapia
hormonal.
Rastreamento com ressonância de mama e mamografia anuais
(que detectariam precocemente um câncer, permitindo a
cura).
Ela optou pela mastectomia profilática bilateral, na
qual é retirada toda a glândula mamária,
mas poupada a pele e mamilo, e colocada prótese bilateral.
Com isso, o risco de ela desenvolver um câncer de mama
diminui em mais de 90%. Sobra ainda o risco de câncer
de ovário, para o qual ela terá a opção
de retirada cirúrgica dos ovários. Normalmente,
em casos como esse, recomenda-se que a retirada dos ovários
ocorra somente depois que a mulher tenha tido seus filhos.
O
que o artigo dela tem de fantástico é a abordagem
por uma pessoa conhecida no mundo todo, sobre um tema que não
pode ser tabu e que deve sim invadir nossas casas para que todos
possam se informar e pensar sobre isso. Como ela mesma diz,
ela continua se sentindo e sendo tão feminina quanto
sempre foi, e, certamente continuará com uma vida ativa,
produtiva e feliz.
Angelina Jolie deve ser parabenizada pela coragem e comprometimento
com a saúde das mulheres do mundo! |
Paciente
Ativa e Responsável: Você é? |
O
que isso significa para você? Faz sentido? No que você
pensa ao ler esse título?
Queria muito saber as respostas…se quiserem, me escrevam!
Ser
uma paciente ativa e responsável significa acima de tudo
estar na linha de frente do seu tratamento, compreendendo e
participando de todas as decisões envolvidas. E isso
tudo por um simples motivo: Porque é da sua vida que
estamos falando! |
 |
Já
falamos aqui de muitos desafios, dores, medos e problemas acarretados
pelo diagnóstico do câncer, mas apesar disso tudo,
acredito muito na importância de você se informar,
conhecer bem sua doença e seu tratamento, saber quais
os efeitos colaterais esperados e falar com seu médico
sobre isso, conhecer seus direitos e saber brigar por eles e
mais algumas coisinhas… Parece muito? |
Sei
que parece muito e que muitas dessas informações
podem dar medo… Já ouvi isso de algumas pacientes:
“mas e se eu ler alguma coisa que não gostar?”
ou “e se em uma conversa com meu médico ele me
diz algo mais grave sobre o meu tratamento?”. Concordo
com todas essas perguntas, mas o que você prefere: estar
a par do que está acontecendo com você ou ser pega
de surpresa com alguma informação nova que você
não esperava?
Essa
escolha não é simples, e acredito que mesmo assim
muita gente ainda prefere não se informar.
Mas
aqui vai meu conselho: não tenha medo da informação,
de ter uma boa conversa com seu médico e realmente saber
o que é melhor para você nesse momento e de ir
em busca dos seus direitos.
Para
finalizar, não se esconda! Conte sua experiência,
compartilhe dificuldades e detalhes que fizeram a diferença!
Vá fazer parte de uma ONG! E reclame diante de um problema
ou injustiça, não fique quieta e deixe pra lá!
Mais uma vez, é da sua vida que estamos falando!
Tudo
isso tem um impacto imensurável quando falamos da defesa
de uma causa, da defesa dos pacientes com câncer e, é
claro, de melhorar a situação do câncer
no Brasil e no mundo. |
|